Entidades do MCCE presentes no Lançamento da Mesa Nacional de Diálogo contra a Violência

Entidades do MCCE presentes no Lançamento da Mesa Nacional de Diálogo contra a Violência

Na última quinta-feira (15/8), o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) representado pelas entidades: Confederação Nacional de Bispos do Brasil (CNBB),  Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) e o Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira (Cenarab) integrante da Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político, participaram do Ato de Lançamento da Mesa Nacional de Diálogo contra Violência que aconteceu na sede do Conselho Federal da Ordem dos Advogados, em Brasília.

A iniciativa, que contou com diversas entidades da sociedade civil, tem como objetivo somar forças na busca de ações urgentes para enfrentar e superar o ambiente de intolerância, polarização e atitudes violentas que se agravaram em todo o território brasileiro.

Durante o evento foram apresentados dados preocupantes a respeito da violência. De acordo com o Atlas da Violência, em 2017 houve uma taxa de 31,6 mortes violentas por 100 mil habitantes, a maior da história do país. Dos 65 mil assassinados, a maioria absoluta era composta de jovens e negros.

Para retratar essa dolorosa situação vivenciada pelos povos negros, Makota Célia Gonçalves, coordenadora da Cenarab, emocionou a plateia. “A história do Brasil é uma história de negação dos negros, dos mais pobres. Um país que tem a 2ª maior população negra do mundo e que ainda não deu conta de nos perceber e de nos tratar como iguais em direito. No nosso país a cada 23 minutos um jovem negro é assassinado por arma de fogo. O extermínio da classe negra é o genocídio mais perverso do povo negro no brasil”.

Makota também frisou a cruel violência sofrida pelo gênero feminino. “Esta violência perpetrada contra as mulheres negras é ainda recorrente na atualidade através da violência doméstica, social e econômica. Basta vermos os dados estatísticos onde a mulher negra figura como uma das maiores vítimas do feminicídio.”

Para encerrar seu clamor, ela afirmou que desejava um futuro de inclusão, de participação, de democracia para os mais pobres, os negros, as mulheres, indígenas, quilombolas e a comunidade LGBTQI.

A pastora Romi Bencke, do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC), recordou que o Brasil é um país de muitos deuses e de muitas deusas, por isso a unidade na diversidade é um dos princípios que precisam mover as discussões. “Não há nada mais anti-evangélico do que a negação do direito do outro e da outra de viver com dignidade, exercendo livremente sua fé seja ela qual for ou optando por não ter religião nenhuma. Não há nada mais anti-evangélico do que misoginia, a lgtbfobia e o racismo. A prática cristofacista não é evangélica. A liberdade cristã não nos autoriza para a prática da violência”.

Romi ainda lembrou que a prática dos direitos humanos é profundamente evangélica no sentido da não-violência, da liberdade humana, da liberdade de expressão e da liberdade religiosa. Ela desmistificou um tabu que existe no meio cristão. “O cristianismo não é antifeminista, porque ser antifeminista significa ser contrário à dignidade das mulheres”

O MCCE como integrante da Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político acredita que a participação das entidades da sociedade civil, CNBB, CONIC, Fenaj e Cenarab na Mesa de Diálogo Contra a Violência vai ao encontro dos princípios democráticos da Reforma Política, que deve ser pautada pela promoção da igualdade, diversidade e liberdade.

Fonte: Gabrielle Garcia- Ascom MCCE