MCCE participa de evento sobre o combate ao discurso de ódio nas redes sociais

MCCE participa de evento sobre o combate ao discurso de ódio nas redes sociais

O evento online “Os limites do discurso do ódio nas redes sociais”, que aconteceu na última sexta-feira (30), promoveu três painéis com convidados ilustres, entre eles o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, e o diretor do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), Luciano Santos, para debater o discurso de ódio na internet, como esse fenômeno tem sido cada vez mais presente em períodos eleitorais e o que pode ser feito para combater essas práticas.

O evento foi realizado com uma parceria entre o MCCE, o Instituto de Tecnologia e Equidade (IT&E), a Agência Lupa, a produtora Elo Company e o canal History Brasil, que transmitiu os painéis ao vivo em suas redes sociais, com mediação de Débora Freitas. Na ocasião, foi lançado o documentário “A Verdade da Mentira”, uma produção conjunta do IT&E, Elo Company e do canal History.

Na abertura do evento, o painel “Como lidar com discurso de ódio nas eleições de 2020” recebeu os convidados ministro Luís Roberto Barroso, presidente do TSE, Fernando Lottenberg, presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib) e Petria Chaves jornalista e apresentadora do programa Revista CBN (rádio CBN), do podcast Revisteen CB.

Os convidados conversaram sobre a importância das divergências de idéias para o debate democrático e as diferenças que existem entre opinião e o discurso de ódio. “A democracia é feita por um debate público entre pessoas livres e iguais. O discurso de ódio é uma das poucas exceções que não devem ser admitidas como liberdade de expressão”, declarou o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso.

A jornalista Petria Chaves, comentou ainda sobre como pode ser possível combater a desinformação e a disseminação de conteúdos que fomentem o ódio nas redes sociais: “É importante que a gente entenda que a arquitetura das redes ainda pode ser construída por nós. Todo mundo que está comentando nas redes sociais e compartilhando conteúdos também está participando de uma arquitetura do que está sendo construída ainda. E a educação é fundamental para o processo”.

O segundo painel tratou da experiência das minorias que sofrem com o discurso de ódio nas redes sociais. Participaram Djamila Ribeiro, filósofa e escritora, Cristina Naumovs, jornalista, consultora de criatividade, inovação e humanidade para grandes marcas, Rodney William, Babalorixá e Doutor em Ciências Sociais, Alexandre Pacheco da Silva, coordenador do Centro de Ensino e Pesquisa em Inovação (CEPI) da FGV Direito SP e o Rabino Michel Schlesinger, rabino brasileiro da Congregação Israelita Paulista (CIP).

“Precisamos mudar a sociedade, porque as pessoas que usam as redes sociais também estão sendo formadas por elas e é a sociedade que molda as redes. Precisamos continuar com o nosso trabalho de militância e lutar por políticas públicas de educação nas escolas que tratem das questões raciais, de gênero e LGBTQIA+”, explicou Djamila Ribeiro.

O MCCE estava presente no terceiro e último painel. Luciano Santos, diretor do Movimento, participou do debate “Como prevenir os linchamentos virtuais na eleição de 2020?” que teve como convidados Cristina Tardáguila, fundadora e sócia da Agência Lupa e atual diretora da International Fact-Checking Network, Thiago Rondon, Coordenador digital de combate à desinformação no TSE e Marco Aurelio Ruediger – diretor da FGV DAPP.

O painel teve como debate central as boas práticas e ações concretas que podem ser tomadas para evitar que abusos sejam cometidos durante as eleições deste ano. Os convidados discutiram o papel das plataformas de rede social e como é possível que essas plataformas trabalhem em conjunto com os órgãos eleitorais e a Justiça Eleitoral.

O diretor do MCCE, Luciano Santos, comentou sobre o papel da Justiça Eleitoral no combate à desinformação: “Nós hoje já temos dispositivos legais que prevêem punição para esse tipo de crime. A Justiça Eleitoral precisa ser muito rígida na fiscalização desse tipo de prática”. E complementou: “A questão do linchamento provoca uma destruição muito grande, não só da honra, da reputação, mas também o perigo da violência física, principalmente em pequenos municípios onde as pessoas convivem e se conhecem pessoalmente”.

O documentário “A Verdade da Mentira” teve a sua estréia no dia 26 de outubro nas plataformas digitais NET NOW, Looke e Vivo Play, e também pode ser assistido no site oficial do filme. O filme será exibido no canal History no dia 8 de novembro, em PayTV, às 20h45.

Fonte: Lanna Borges